Montagem de móveis no Brasil: Funcionário ou autônomo? Independência ou segurança?
Observem uma característica importante no ser humano, o desejo de superação. Crescer, ser amanhã melhor do somos hoje. Isto que de fato nos impulsiona, é capaz de nos mover em direção aos planos e desejos, os objetivos que traçamos para nossas vidas.
Uma outra característica do ser humano é a de olhar para o lado e julgar que lá é melhor do que aqui. Aquela história de que a galinha do vizinho é mais gorda...
Para o montador de móveis, este tipo de reflexão resume-se em uma outra questão fundamental. Afinal de contas é melhor ser um montador de móveis autônomo ou trabalhar como funcionário?
Esta dúvida traz consigo diversos valores, alguns objetivos e muitos na verdade puramente subjetivos. A pergunta correta não é apenas uma, são várias. Em um primeiro momento é preciso perguntar, você encontra-se satisfeito com sua situação profissional? O que poderia ser feito para mudá-la? Gosta da atividade que executa? Seu dia de trabalho é agradável? O resultado de seu trabalho é mediano ou acima da média encontrada no mercado?
Não podemos nos iludir, o sistema capitalista parte do princípio que a remuneração sempre estará abaixo das reais expectativas. Por outro lado, disputar espaço no mercado é um risco que precisa ser calculado e administrado com sabedoria.
Falando do 7 de setembro, quando Dom Pedro I encabeçou a separação da corte portuguesa, tínhamos por aqui matéria-prima abundante, mercadores europeus interessados em nossas riquezas e um mercado consumidor interno em expansão, apesar de recém nascido. Então existia uma preparação mínima para este processo de mudança. Não foi uma decisão inocente nem tampouco emocional, estava claro que tinha tudo para funcionar.
Seguindo o exemplo da independência, o montador de móveis que hoje trabalha como funcionário precisa observar se está preparado para ser autônomo e do contrário, o montador autônomo precisa decidir se está disposto a aceitar o modelo de trabalho exercido por um funcionário registrado. O importante na tomada de decisão é aceitar as consequências que ela envolve para cada um dos caminhos.
Se você na linguagem popular atual " é bicho solto", a chance de dar certo como funcionário é muito pequena. Do lado contrário, se tem medo de chegar o fim do dia com os bolsos vazios, cuidado, isso acontece na vida do autônomo. Existem os riscos e por isso existem as oportunidades. Elas podem ser extremamente positivas. Cumprir horário, receber ordens, dar satisfação, isto incomoda quem não aceita uma disciplina superior.
Os montadores credenciados POM decidiram em algum momento de suas vidas que seriam capazes de dirigir os rumos de suas vidas de acordo com sua vontade, lutaram por isso, arriscaram, sofreram, mas não desistiram...
Hoje estamos aqui, a vida não é um sucesso absoluto, porém a grande maioria está satisfeita com o que conquistou, mas sabe que a luta nunca termina. O sol nasce todos os dias e cada um desses dias se transforma em uma batalha pelo sustento da família. Existem clientes, existem necessidades e existe também a concorrência, que neste caso deixa de ser problema do lojista e passa a ser "o seu problema".
O montador de móveis funcionário de outra forma também tem certos benefícios que são atraentes. Trabalhar dentro de uma estrutura organizada acaba reduzindo as incertezas e preocupações do dia. O foco fica voltado exclusivamente à realizar as tarefas delegadas. Cumpri-las da melhor maneira possível é o grande caminho para a manutenção do emprego.
Uma experiência quase que obrigatória para o montador de móveis funcionário é a questão do fazer bico aos finais de semana. Trata-se de uma experiência extremamente valioso, pois é assim que as coisas funcionam. Aquela macarronada de domingo na casa da sogra frequentemente é abandonada pelos montadores autônomos. A boa notícia acaba com o descanso às vezes. Muitos clientes precisam de montagem aos finais de semana. Na loja você receberia um adicional, com o cliente isto não é bem assim...
Fazendo bicos o montador de móveis já sabe o que o espera, não adianta reclamar, A conta é simples, os bicos precisam acontecer em uma quantidade que consiga superar o valor recebido como funcionário. Mas como aumentar as montagens autônomas se tenho que trabalhar para o patrão, pergunta o montador. Aqui está o grade dilema, Você acredita que será capaz de atingir este objetivo? Está disposto a arriscar:?
Para o montador funcionário temos um recado, valorize o trabalho que tem, na pior das hipóteses você está aprendendo um pouco mais à cada dia. Não queremos incentivar uma decisão, isto porque ela precisa partir de dentro do coração. Somente você é o responsável por este tipo de atitude e vai colher os frutos ou assumir as responsabilidades desta ação.
A independência traz um profundo sabor de realização, mas é preciso estar preparado para ela, principalmente no que diz respeito à divulgação de seu trabalho. Tenha um feliz 7 de setembro e faça sua reflexão com muita sabedoria!
Claudio Perin